Caso foi mostrado no domingo em reportagem do Fantástico.Corregedoria pediu afastamento de magistrado suspeito.
Segundo a investigação, um grupo específico de advogados convencia as
vítimas a entrar com ações na Justiça contra os juros que eram cobrados
pelos bancos em empréstimos consignados e tinham ganho de causa, por
meio de liminares. No entanto, os advogados convenciam as pessoas a
fazer um novo empréstimo. Com o dinheiro desse novo contrato os
advogados eram pagos e pessoa ficava com duas dívidas.
A investigação nas comarcas de Picuí e Barra de Santa Rosa
teve início após a corregedoria do Tribunal de Justiça desconfiar da
quantidade de ações revisionais de contrato de consignação, cerca de 2
mil, que estavam tramitando nas duas cidades. Nelas, os clientes das
instituições financeiras alegam taxas abusivas de juros e pedem a
suspensão do contrato de empréstimo e depois ganham o direito de fazer
um novo financiamento. As liminares eram sempre concedidas pelo mesmo
juiz, Mário Lúcio Costa Araújo.
Em grande parte dos casos, as ações eram acompanhadas por dois
advogados que, quando o caso foi encaminhado à Ordem dos Advogados da Paraíba (OAB-PB), negaram as acusações. Eles e seus advogados foram procurados pela TV Cabo Branco, mas não foram localizados.
“Há indícios de que haveria esse favorecimento do magistrado para um
grupo de advogados em relação a empréstimo consignado, também com
rapidez acima do normal”, afirmou o corregedor do TJ da Paraíba, Márcio
Murilo da Cunha Ramos. O pedido de afastamento do magistrado será
analisado pelo Pleno do TJ.
Uma mulher que não quis ser identificada explicou à TV Cabo Branco como
ela foi vítima da fraude. “Eu assinei a procuração, questionei como eu
ia pagar o advogado, uma pessoa me disse 'você vai no banco fazer outro
empréstimo aí quando receber, a metade você passa para o advogado'”,
afirmou.
O juiz Mário Lúcio Costa nega que tenha participado das fraudes.
Segundo ele, sua assinatura foi falsificada. “O número é em torno de
duas mil ações, sendo de se destacar que algumas delas foram
falsificadas, minha assinatura foi falseada nesses procedimentos.
Instaurei um acidente de falsidade que está sendo apurado para a gente
identificar de onde partiram essas assinaturas que não foram minhas em
algumas dessas ações”, disse o magistrado.
Em abril, uma outra investigação da corregedoria da Polícia Federal e
do Ministério Público descobriu que algumas sentenças do 2º Juizado
Especial Cível do Fórum de Mangabeira eram dadas de maneira muito
rápida. De acordo com o desembargador Márcio Murilo, o juiz José Edvaldo
Albuquerque de Lima, detido durante a Operação Astringere, também teria
participado de fraudes em consignados. “Havia um acerto entre o juiz
que foi investigado e os advogados, tanto para imposição de multas em
processos judiciais, como para agilização do processo em que a multa era
imposta e também o levantamento dos valores dessa multas”, disse o
delegado Alexandre Isbarrola.
Edvaldo continua detido desde que foi preso durante a Operação
Astringere. Na época os advogados dele negaram o envolvimento no
esquema.
A Corregedoria do TJ investiga um terceiro juiz, mas o nome e a região que ele atua não foram divulgados ainda. De novo a suspeita é de facilitação na concessão de liminares envolvendo empréstimos consignados.
A Corregedoria do TJ investiga um terceiro juiz, mas o nome e a região que ele atua não foram divulgados ainda. De novo a suspeita é de facilitação na concessão de liminares envolvendo empréstimos consignados.
Fonte: G1 PB
Sertãozinho Notícias - PB
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