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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Em São Paulo, Neymar faz três, Santos bate São Paulo e vai à final. Já no Rio Botafogo atropela o Vasco e conquista a Taça Rio.

Confira como foi o Clássico de São Paulo e Santos pelo campeonato paulista. E o clássico entre Botafogo e Vasco no Rio de Janeiro.


São Paulo - O São Paulo finalizou mais (7 a 5), levantou mais bolas (11 a 2), teve mais escanteios (4 a 0), e provou que quantidade não é qualidade. O Santos precisou de pouco tempo e poucos toques na bola. Cada um em sua especialidade. Adriano roubou a bola, Neymar clareou a jogada, Arouca avançou e tocou para Alan Kardec ser derrubado por um afobado Paulo Miranda, que manteve a regularidade de falhas da primeira fase. De azul, de pênalti, aos três minutos, Neymar fez o 118º da carreira, somando gols por Santos e Seleção Brasileira.


Quando o melhor time do país, dos garotos craques, abre o placar tão cedo, a impressão de domínio e goleada é inevitável. Engano de quem pensou que o Tricolor fosse se acuar. Trocou passes com velocidade no meio, usou bem Cortez pela esquerda, mas esbarrou na trave após cabeçada de Paulo Miranda e na dificuldade quase comovente de Willian José em dominar a bola.

Campo aberto, cheio de espaços, ótimo para quem sabe jogar. Novamente em poucos toques, Ganso e Neymar deram de canela na teórica superioridade são-paulina, e de chapa, mostraram a verdade na prática. Aos 31, o meia dominou e lançou para o atacante, que deixou Paulo Miranda para trás e tocou na saída de Denis.

São Paulo presiona, Denis falha, Peixe mata o jogo

No clássico da fase de classificação, Rodrigo Caio havia tomado cartão amarelo no primeiro tempo, não saiu, e foi expulso no segundo. Emerson Leão aprendeu a lição. Dessa vez, tirou o amarelado Piris e colocou justamente Rodrigo Caio para marcar Neymar. A outra substituição foi tradicional: Fernandinho no lugar de Jadson.

Pobre do torcedor que se atrasou no banheiro ou na pipoca no intervalo. Não viu Paulo Miranda dar joelhada na bola e perder gol incrível. Não viu Neymar (sim, é verdade!) acertar a trave com Denis deitado no chão. Não viu o gol anulado de Alan Kardec, após falta de Edu Dracena em Paulo Miranda.Talvez não tenha visto Willian José, após bela jogada de Lucas, chutar por cima. Mas teve tempo de ver o centroavante se redimir. Impedido, recebeu de Casemiro, ajeitou para o pé esquerdo e bateu firme. Vacilo do bandeira, festa nas arquibancadas do Morumbi.

A pressão esfriou. O Santos, mesmo com o peso de trocar Rafael, lesionado, por Aranha, equilibrou a posse de bola. A torcida tricolor passou a cantar mais baixo e Neymar teve ajuda inesperada para, pela terceira vez em 2012, fazer três gols num jogo. Ajuda de Denis, que deixou a barba crescer para impor respeito. Não impôs. As mãos fraquejaram no chute do craque e todos passaram a esperar o apito final. A expulsão de Cícero em falta sobre o camisa 11 só serviu para dar tempero à sua atuação.


Faltam dois jogos para o Santos conquistar o tricampeonato paulista consecutivo, fato que não acontece com ninguém desde 1969, quando o time da Vila levantou a taça pela terceira vez. Contra o tabu, há Ganso, há o vencedor Muricy Ramalho e, acima de todos, há Neymar.

Vitória por 3 a 1 sobre o Vasco no Engenhão, com dois gols de Loco Abreu, coloca o Botafogo na decisão do Campeonato Carioca, contra o Fluminense

Rio de Janeiro - O Alvinegro agora encara o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, na finalíssima do Rio de Janeiro. Ao Vasco, resta remoer o jejum. Os cruz-maltinos não vencem o Estadual desde 2003. Desde então, só ganharam um turno, na temporada seguinte.

Botafogo e Fluminense reeditam a semifinal do primeiro turno, único momento de derrota do Alvinegro em 2012. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, os tricolores ganharam nos pênaltis, por 4 a 3. Os dois jogos da final são nos próximos domingos, no Engenhão. As equipes não decidem o Estadual desde 1975 – quando a final teve um triangular, também com a presença do Vasco, e o Flu ficou com o título.

Enlouquecido

Loco Abreu acorda antes dos zagueiros do Vasco. E também vai dormir depois deles. Quando o primeiro tempo mal despertava, lá estava o uruguaio deixando sua primeira marca; quando o primeiro tempo se espreguiçava rumo ao final, lá estava o uruguaio fazendo mais um. A vitória parcial do Botafogo foi responsabilidade, em grande parte, do centroavante cabeludo. E culpa, em outra fatia gorda, dos bocejos da zaga do Vasco.


A ausência de Dedé voltou a ser um golpe duro para o Vasco. É uma zaga com ele e outra radicalmente diferente, para pior, sem ele. A exemplo do que aconteceu no domingo passado, na vitória por 3 a 2 sobre o Flamengo, a equipe cruz-maltina foi vazada muito cedo. Com três minutos, a bola saiu pela lateral e foi rapidamente reposta por uma gandula. Maicosuel logo cobrou para Márcio Azevedo, que prontamente acionou Loco Abreu. Era moleza. Ele deu um toque leve na bola para colocar o Botafogo na frente, completando uma corrida de 90 metros, de uma área até a outra, e dando sucesso a uma jogada muito treinada por Oswaldo.

A diferença em relação ao clássico com o Flamengo é que, desta vez, o Vasco não soube reagir ao gol levado precocemente. E isso por causa da competência do Botafogo. O quinteto de meio, teoricamente ofensivo, com apenas um volante daqueles de carteirinha, soube congestionar as saídas do adversário para o ataque. Felipe foi a única válvula de escape, buscando Eder Luis para tabelas, enquanto Alecsandro aguardava bolas que não chegavam nunca.

Até a metade do primeiro tempo, o Botafogo esteve mais inclinado a ampliar do que o Vasco esteve de empatar. A zaga cruz-maltina falhou muito. Aos 20 minutos, houve um lance emblemático. Após cruzamento para a área, Fábio Ferreira desviou de cabeça e Loco Abreu completou, acossado apenas pelo goleiro Fernando Prass, que conseguiu defender. A situação seria repetida mais tarde. Com um final bem diferente.
O Vasco deu sinais de vida depois da parada técnica. Tentou com Alecsandro – muito mal, de canela. Arriscou com Eder Luis, duas vezes, ambas para fora. Ameaçou em cobranças de falta, com Fellipe Bastos e Diego Souza. E nada...

Do outro lado, Loco Abreu estava de olhos bem abertos. Era o último giro dos ponteiros no primeiro tempo. Elkeson alçou a bola na área, Fábio Ferreira desviou de cabeça e o uruguaio completou, em um repeteco daquele lance ocorrido 25 minutos antes. O Botafogo, enlouquecido com seu camisa 13, fechava o primeiro tempo com 2 a 0.

Confirmação

A largada do segundo tempo deu o aviso de que o Vasco buscaria a reação. Aviso falso. Com Juninho Pernambucano no lugar de Alecsandro e Allan na vaga de Felipe, o time comandado por Cristóvão Borges ameaçou. Fellipe Bastos acertou pancada no travessão. Eder Luis chutou com perigo. A pressão era prenúncio de gol. Do Botafogo...

Aos nove minutos, o zagueiro Antônio Carlos, do campo de defesa, se posicionou para cobrar uma falta ofensiva do Vasco. Parecia mais um daqueles chutões despretensiosos. Não era. A bola sobrevoou o campo e foi na direção de Maicosuel. Fagner, na marcação, ficou a ver navios. Foi encoberto pela bola, que caiu nos pés do meia alvinegro, disposta a encontrar a rede. O Mago avançou na direção da área e desviou de Prass. Era o terceiro gol do Glorioso. Era o fim até para o Vasco, tão acostumado a viradas.

A entrada de Carlos Alberto foi a última cartada do Vasco. E uma das poucas ações de sucesso da equipe da Colina no clássico. O jogador entrou bem, tabelou com Rodolfo e fez, aos 35 minutos, o único gol vascaíno.


Naquele momento, o Botafogo já cozinhava o relógio em água morna. O Glorioso foi com tranquilidade para a final. E invicto. E com um centroavante enlouquecido.




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