Criança deu entrada em hospital com queixas de otite e sinusite. Diagnóstico foi dado após alta de leucócitos e rigidez da nuca.
Um menino de seis anos morreu de meningite bacteriana no sábado (8), em João Pessoa,
após dar entrada no Hospital João Paulo II, no Centro da capital, com
queixas de sinusite e otite. Ele chegou a sofrer quatro paradas
cardíacas e convulsões e não pôde ser transferido para o Hospital
Universitário, referência no tratamento da doença, de acordo com Ana
Cristina Lira, coordenadora médica do hospital.
“De acordo com a mãe, ele se queixava de dores há 24 horas e vômito,
mas não tinha febre nem dor na nuca, rigidez, secreção ou tosse”,
explicou a coordenadora. Ela ainda afirmou que três médicas acompanharam
o menino e os primeiros sinais de problemas mais sérios apareceram
quando o resultado do exame de sangue acusou uma taxa elevada de
leucócitos.
“Os leucócitos dele estavam em 18 mil. O normal é entre 5 e 10 mil. A
médica responsável então pediu a internação e iniciou o tratamento com
antibióticos porque quando os leucócitos estão em baixa, o problema é
viral. Se estiveram em alta, é bacteriano”, explicou Ana Cristina.
Menos de seis horas depois da entrada da criança no hospital, o quadro
evoluiu e piorou e o menino começou a apresentar rigidez na nuca. “Assim
que a suspeita de meningite se apresentou, nós entramos em contato com o
Hospital Universitário e conseguimos uma vaga. Pedimos ambulâncias para
a transferência, mas ele sofreu quatro paradas cardíacas em um espaço
de tempo muito pequeno. Mesmo após ele ter sido entubado, não estava com
o quadro estável para ser removido”, afirmou a coordenadora médica do
hospital.
A infectologista Helena Germóglio, da comissão de infecção hospitalar
do Hospital João Paulo II, disse que o diagnóstico inicial da meningite é
sempre empírico. “Como ele entrou com uma otite e evoluiu de forma
grave, apresentando até convulsões, se pensou que podia ser uma
meningite secundária a um foco, fechada, que não apresenta contágio.
Infecções como otite, sinusite e mastoidite podem levar à meningite”,
explicou a médica.
Ainda de acordo com Helena Germóglio, o hospital tomou as medidas
profiláticas para evitar infecções, mesmo a meningite apresentada pela
criança não sendo do tipo contagioso. “O diagnóstico pós morte
apresentou meningite bacteriana como causa do óbito porque as meninges
estavam contornadas de pus”, informou a infectologista.
“A profilaxia deve ser feita em quem teve contato íntimo e direto com o
paciente infectado ou com alguma secreção. A profilaxia não é aplicada
em todos os tipos de meningite nem em todas as pessoas no mesmo local
onde o paciente está, mas nós optamos por esse método para tranquilizar
os pais e os demais pacientes”, explicou Helena Germóglio.
O corpo do menino já foi liberado para a família.
Fonte: G1 PB
Sertãozinho Notícias - PB
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