'Hospital não pode negar atendimento por falta de documento', diz promotora. Hospital vai abrir nova sindicância pra investigar o caso.
Câmeras
de segurança flagraram a agressão, que se estendeu a dois acompanhantes
do paciente, que procurou a unidade sentindo dores na coluna. De
acordo a vítima, ele estava sem documentos e, por isso, o atendimento
foi negado. As imagens mostram o homem sendo arrancado da cadeira de
rodas onde esperava atendimento e arrastado pelo chão para fora do
hospital. Ainda é possível ver que os dois homens que o acompanhavam
também foram agredidos e retirados do local. Veja o vídeo das agressões.
Para a promotora, primeiramente “se verifica a falta de respeito à
dignidade humana e a falta de humanização no serviço de saúde, que
deveria ser um princípio a ser observado de imediato”. Ela destaca que o
tratamento correto deve começar na recepção da unidade, considerando
que “ali começa o atendimento e ali mesmo deve haver o tratamento
humanizado”.
O diretor do hospital, Geraldo Medeiros, condenou a reação dos
seguranças no casos, mas argumenta que os pacientes estavam agressivos.
“Essas pessoas chegaram visivelmente alteradas, com suspeitas inclusive
de utilização de drogas, e já tinham agredido outras pessoas em outros
hospitais da cidade e se dirigiram às atendentes dizendo impropérios”,
diz. Segundo ele, “em um setor que a câmera não atinge, eles agrediram o
segurança”. No entanto, ele avalia que “nada disso justifica esse tipo
de atitude”. Um dos jovens, no entanto, garante: “não tínhamos bebido,
não tínhamos usado drogas”.
Outros registros
Em outra ocorrência registrada nos últimos dias, um jovem deu queixa de três policiais militares que prestam serviço no mesmo hospital. Ele conta que foi agredido depois de pedir uma cadeira de rodas para a avó, que aguardava atendimento. “Batiam e falavam palavrão, mandado se calar, falando que quando eu chegasse na Central [de Polícia], eu ia apanhar mais”, disse. Segundo a irmã dele, a vítima tem problemas de dicção. “A revolta dele é com a falta de atenção com minha avó”, justifica.
Além desses casos, outras imagens mostraram um paciente que, depois de
receber atendimento no chão da ala de emergência, é puxado pela roupa e
um médico cirurgião brincando em uma cadeira giratória em horário de
expediente. O diretor do hospital disse já ter conhecimento de todos os
casos.
Três seguranças que atuavam no Hospital de Trauma foram afastados do
cargo e dois suspensos. O médico que aparece nas imagens recebeu uma
advertência, mas já voltou a atender. Os funcionários que aparecem nas
imagens arrastando o paciente durante o atendimento ainda vão ser
ouvidos pela direção, que vai instaurar uma nova sindicância pra
investigar o caso.
Fonte: G1 PB
Sertãozinho Notícias - PB
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